A ciência tem más notícias para quem gosta da ideia de “comer de tudo um pouco”.
O segredo para emagrecer é comer de tudo um pouco, com moderação, certo? Errado. As dietas restritivas saíram de moda e agora as musas fitness mostram seus pratos equilibrados no Instagram e as capas de revista prometem ensinar como “emagrecer X quilos comendo tudo o que você gosta”.
O problema é que moderação significa uma coisa diferente para cada pessoa – e para cada comida. Somos bem mais generosos no nosso conceito de moderação quando se trata dos nossos alimentos favoritos, e aí damos adeus ao autocontrole.
Pesquisadores da Universidade da Georgia recrutaram 90 mulheres e colocou cada uma na frente de uma pilha de 24 bolachas. Depois perguntaram qual era a quantidade ideal que uma pessoa poderia comer daquela pilha. A média era de 2 bolachas. Se mencionavam a palavra moderação, no entanto, a quantidade subia para 3 bolachas.
Eles repetiram o experimento mostrando fotos de jujubas para quase 300 pessoas. Além de responder qual era a quantidade aceitável para consumir de uma vez só, eles precisavam dizer o quanto, de 1 a 5, gostavam de jujubas e com que frequência comiam o doce.
Aqueles que consumiam jujubas com mais frequência e que eram mais fãs do alimento aceitavam quantidades bem maiores do doce como “moderadas” do que os outros.
No último estudo, ao invés de usar uma comida específica, os pesquisadores apresentaram uma lista extensa de alimentos e bebidas e pediram que os participantes refletissem sobre toda a sua dieta. Eles perceberam que quanto mais o voluntário consumia um prato, maior a quantidade que ele considerava ser moderada.
Para os cientistas, precisamos parar de usar a palavra “moderação” como se fosse uma instrução clara de como as pessoas deveriam comer. O conceito é tão subjetivo que acaba servindo mais para justificar a dieta atual das pessoas do que para estimular mudanças de hábito – para isso, planos detalhados, prescritos por nutricionistas, com quantidades explícitas do quanto deve ser consumido são muito mais eficazes.
Por: Ana Carolina Leonardi
Fonte: Superinteressante
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