Com R$ 50 no bolso, Raphael Krás comprou um isopor, fez um punhado de hambúrgueres vegetarianos e foi vender na areia da praia, no Rio de Janeiro. Levou quase uma década para abrir a primeira loja do Hareburger. Hoje, com 11 unidades, a rede se orgulha de ser o primeiro fast food vegetariano do Brasil. E quer mais: a meta é chegar a 150, nos próximos cinco anos, em todo o Brasil.
O Hareburger conta com uma variedade de lanches, pratos, saladas e petiscos, além das sobremesas e bebidas. O carro-chefe são os hambúrgueres: de quinoa, feijão, abóbora e lentilha. É cardápio 100% vegetariano, e boa parte é vegano (sem nenhum produto de origem animal).
“Quando o Hare começou não existia hambúrguer vegetariano no Rio. Havia muito preconceito”, lembra Raphael, que começou o projeto em 2006, aos 19 anos. Cinco anos depois, percebeu que, se não desse um passo a mais, nunca iria “sair da praia”, literalmente.
A primeira loja foi aberta em 2011, no Arpoador, ponto turístico carioca. Mas ainda sem o modelo fast food. Foi só em 2015, com a entrada de novos sócios (outros dois já tinham embarcado, na abertura da primeira loja), que a coisa engrenou. O Hareburger abriu uma loja modelo, no Centro da cidade, para formatar o modelo de franquias.
Hoje, a rede conta com 10 lojas no Rio, sendo três delas em praças de alimentação de shopping centers. No primeiro semestre deste ano (2017) a rede inaugurou sua primeira unidade em São Paulo, no bairro de Pinheiros.
“Estamos bem estabilizados no Rio e agora a gente pretende crescer por São Paulo, porque identificamos um mercado fantástico. Lá é a capital da gastronomia e não existia um negócio como o hareburger”, explica Raphael Krás.
De fato a rede se diferencia de outros empreendimentos voltados ao público vegetariano pela escala. A produção é centralizada em uma fábrica no Centro do Rio, onde são feitos os hambúrgueres, molhos e chás. Outros produtos têm distribuidores homologados.
Isso facilita a expansão pelo modelo de franquias, adotado por redes de fast food ao redor do mundo. É desta forma que o Hareburger pretende a chegar a 150 lojas, nos próximos cinco anos.
Com a capacidade de produção atual, é possível abrir pelo menos mais 20. Depois, vai ser necessário expandir. A rede não descarda abrir uma fábrica em São Paulo, para ficar mais perto deste mercado consumidor e do acesso a outras regiões do país, como o Sul e o Centro-Oeste.
Na onda da alimentação saudável
O Hareburger surfa um pouco na onda da alimentação saudável. Que de moda não tem nada. No ano passado, as comidas saudáveis movimentaram R$ 93 bilhões, só no Brasil, segundo estimativa da Euromonitor. Em cinco anos, a previsão é que este mercado cresça 24%, e chegue a R$ 115 bi.
O saudável é um conceito amplo. Inclui iniciativas como a da Tomatzo, de Brasília, especializada em pratos feitos (“arroz, feijão e bife” com menos sal, óleo) conservantes) e a da curitibana da Tasty, que tem as saladas como carro-chefe (e hoje intregra o time das empresas com alto potencial de crescimento).
Mas nenhum reúne os conceitos de fast food e vegetariano. Coisa que o Hareburger fez, unindo o conceito à comida saudável. “Lembrando que não são sinônimos, pode ser vegetariano e não ser saudável e vice-verse”, destaca Raphael, criador da rede (ele próprio vegetariano).
Para crescer, o Hare quer ser aberto a todos os públicos. Vegetarianos, veganos e onívoros. Seu público-alvo são “pessoas que gostam de comer comidas gostosas”. Por isso a presença em lugares com grande circulação de pessoas, como shoppings e nas proximidades do aeroporto Santos Dumont, por exemplo.
Por: Naiady Piva
Fonte: Gazeta do Povo
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