Pablo Oazen leva tatuada no braço a frase “Libertas Quae Sera tamen” (do latim “Liberdade antes que tardia”), tirada da bandeira de Minas Gerais, seu estado natal. A paixão pela terra nativa é tanta que as referências locais também foram parar nos pratos que deram ao cozinheiro o título de vencedor da segunda temporada do MasterChef Profissionais da Band na última terça-feira: as sobremesas goiabada com queijo e doce de leite, a língua como prato principal…
— A gastronomia brasileira está andando a nível da mundial. A cozinha francesa é o que é porque valoriza o produto francês, a cozinha italiana é o que é porque usa o ingrediente italiano. A gente agora está descobrindo isso. Tudo começou com o Alex (Atala), que fez-se o grande descobridor de ingredientes da Amazônia. O Laurent (Roland Suaudeau) que já usava muitos produtos brasileiros, o Claude Troisgros também… E agora eu tenho muito orgulho disso aí — frisa o mineiro, de 35 anos.
Fora do programa que o revelou para o público da televisão, o cozinheiro já pensa em como vai investir os prêmios ganhos. Pablo pôs a mão no troféu, num cheque de R$ 200 mil e em passagens para Dubai (Emirados Árabes) com um acompanhante. Assim que voltar, o empresário pensa em expandir seus negócios, já que ele é dono do Garagem Gastrobar e uma sanduicheria, a Bull & Beer, em Juiz de Fora (MG):
— Gosto muito de trabalhar com esse tipo de restaurante, o gastrobar, porque ele é mais despojado, menos formal. Mas eu tenho o sonho de ter uma estrela Michelin (reconhecimento do renomado Guia Michelin, que avalia os melhores empreendimentos do mundo), concorrer a um prêmio desse. Com o bar eu acho que não conseguiria. A ideia é montar um restaurante. É na pegada dos produtos mineiros, brasileiros acima de tudo, mas vamos deixar acontecer. Acabei de ganhar o programa (risos).
No decorrer do programa de televisão, o chef já havia percebido o alcance de seu trabalho após ver as vendas de seu arroz-doce explodirem depois da exibição do preparo no talent show da Band. Ele afirma que houve uma estratégia para apresentar aos conterrâneos pratos que poderiam ser experimentados pessoalmente.
— As pessoas começaram a procurar tudo o que eu fazia no programa. E eu tentava, sempre que podia, fazer alguma coisa lá para poder deixar o meu público mais próximo do programa. Eu me esforçava bastante para isso — admite, revelando seus carros-chefes na cozinha: — Eu faço uma língua maravilhosa, um fígado de frango muito bom, uma sobremesa chamada quindim-ovo, quase a sobremesa da goiaba, só que é um ovo com a gema de ovos moles com coco. Tem também uma costelinha de porco com mel, mostarda e missô… Na final do MasterChef, eu apostei em alguns destes ingredientes fazendo uma coisa diferente porque eu já tinha um retorno dos clientes. Eu preferi acreditar neles. Os 15 anos de experiência fizeram eu me sentir preparado.
Por: Thayná Rodrigues
Fonte: EXTRA
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