- Episódio 1: A chegada e suas primeiras impressões e sabores
- Episódio 2: As ruínas e as delícias de Baalbek
- Episódio 3: Os Vinhos e o Arak do Líbano
Conhecido como o vale sagrado, o Vale do Kadisha fica ao norte do país e é responsável por uma das paisagens mais lindas de toda viagem. O caminho percorrido é repleto de belezas naturais: picos, cânions, oliveiras, vinhedos e vales que nos levou ao Museu do Gibran Khalil, ao bosque dos cedros e ao fabuloso mosteiro de Santo Antonio de Qozhaya.
O termo sagrado surgiu por ter sido desde o século IV refúgio de religiosos e ainda abriga algumas das colônias monásticas mais importantes do mundo.
Durante o trajeto uma pausa maravilhosa para degustarmos alguns doces típicos do país e ver uma parte de sua produção na famosa rede Hallab, que desde 1881 é responsável por estes prazeres sensoriais da confeitaria libanesa. Mas, este assunto merece um capítulo todo seu e que logo compartilharei com vocês. Para este momento inicial, experimentar o knefe, diferentes tipos de baklawa, o famoso braço de mulher e outros tantos sabores acompanhados de um café especial só nos encheu de energia, fôlego e alegria para as emoções do dia.
Em Becharre, encontra-se o memorial de Gibran Khalil. No alto da montanha com uma vista deslumbrante estão seus restos mortais. O autor mundialmente conhecido por seu livro O Profeta, que em 1960 se tornou um Best Seller no Ocidente deixa um legado repleto de mensagens de amor, paz, otimismo, alegria e muitas obras de artes belíssimas. Para quem não sabe, ele também foi um grande pintor. Dentro do museu não é permitido fotos, assim como a emoção de estar lá e vivenciar tudo aquilo também não tem como descrever.
Partimos rumo ao Bosque dos Cedros de Deus. Também conhecido como Cedros do Senhor ou Horsh Arz el-Rab, o cedro é a árvore símbolo na bandeira do pais e a beleza do parque é única. Como estivemos no inverno, as montanhas cobertas pela neve deram destaque as árvores que sobrevivem nos milhares de anos de sua história.
Em torno do bosque tem várias bancas com vendas de mel de cedro, souvenirs, as saborosas frutas secas e castanhas, e , não tem como ir ao Líbano e não experimentar o tradicional suco de romã. A variedade de águas de flor de laranjeira, de rosas e também de limão estão nessas tendas encantadas e fazem a alegria de qualquer apaixonado por cozinha.
Quando você pensa que já foi feliz naquele dia é preciso fôlego para conhecer o Monastério de Santo Antonio de Qozhaya. Cravado no meio das rochas é um lugar de refúgio espiritual e com uma energia ímpar.
Já na entrada uma gruta considerada milagrosa. Ali acreditava-se o poder de cura de pessoas com problemas mentais antigamente e atualmente, mulheres que desejam engravidar depositam ali as suas preces com panelas e tachos. As panelas voltadas para baixo simbolizam a vontade da mulher em carregar um feto, e quando elas dão a luz voltam para agradecer e colocam a panela para cima.
O museu tem utensílios da idade média e a igreja de pedras completa a experiência naquele lugar. Ah! O mosteiro produz vinhos, geleias, doces e destaco uma farinha de trigo que é fermentada com iogurte, nem precisa dizer que delícia essa iguaria.
Não tem como visitar o vale do Kadisha e voltar da mesma maneira. Na verdade, o país todo é repleto por belezas que nos engrandece!!!
E seguimos ainda pelo Líbano! Convido você para assistir o pequeno vídeo abaixo e continuar acompanhando nosso Especial sobre o Líbano.
Grande abraço a todos!
MARIANA DE CASTRO PAREJA GALVES
Formada em gastronomia e especialista na área. Atua como escritora, palestrante, pesquisadora e docente em cursos técnicos, livres, graduação e pós na área de A&B.
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