» Início » Cozinhas » Brasileira » Pesquisadora dá dicas para quem quer montar um jardim de PANC em casa

Pesquisadora dá dicas para quem quer montar um jardim de PANC em casa

por | abr 16, 2019 | Brasileira, Cozinhas

Receba o conteúdo do Sabor à Vida!

Major gomes, serralha, beldroega e capuchinha são plantas que eram consumidas no passado, mas que deixaram de estar cotidianamente inseridas na dieta alimentar. Inclusive a Moringa, que é uma escolha saudável no combate da desnutrição. Conhecidas como Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), esse tipo de alimento tem conquistado parte da população interessada em uma dieta saudável e sustentável do ponto de vista econômico e ambiental. A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve projetos nessa área em seu Polo Regional de Pindamonhangaba. A pesquisadora da Agência, Cristina Castro, dá algumas dicas para quem quer fazer em casa um jardim de PANC e começar a introduzir esses alimentos na comida do dia a dia.

A APTA busca fortalecer a produção e o consumo de PANC, incentivando as diversidades no campo e no prato, aliando os saberes científicos e populares. Os pesquisadores também atuam na difusão e no compartilhamento de saberes junto aos produtores, técnicos e população em geral.

Segundo Cristina, o nome “Não Convencional” foi dado a essas plantas por não estarem na dieta alimentar do dia a dia e por não fazerem parte de uma cadeia produtiva já estabelecida. “São plantas alimentícias antigas, já conhecidas no Brasil. São espécies comestíveis utilizadas regionalmente por nossos antepassados. Algumas fazem parte de nossa história recente e outras já eram consumidas mesmo antes do descobrimento do Brasil, como é o caso da araruta, excelente fonte de carboidratos para os indígenas na era pré-colombiana”, afirma.

A pesquisadora da APTA explica que algumas plantas são consideradas PANC em uma região, porém, não em outra. É o caso do jambu, típico da região amazônica, onde suas folhas e flores são usadas diariamente na culinária local, enquanto no Sudeste está sendo introduzido como PANC. “Muitas plantas são disseminadas como mato nas cidades, ocupando jardins, praças e marquises e quase sempre passam despercebidas”, diz.

Monte um jardim de PANC em casa. Conheça algumas dicas para cultivar e preparar.

Major gomes

Também conhecida como piolhinho e fura-tacho, o major gomes tem alto teor proteico e é rica em minerais, principalmente cálcio, ferro, magnésio e potássio. É facilmente encontrada embaixo de árvores e na beira de muros, pois gosta de local sombreado. Suas folhas são suculentas e espessas e possuem sabor neutro. Para o preparo, Cristina explica que as folhas devem ser coletadas e lavadas e podem ser refogadas para serem usadas no recheio de tortas, pastéis, sopas e pastas. “Geralmente é uma planta espontânea, mas também pode ser cultivada em vasos. As folhas podem ser colhidas após 60 dias do plantio, com três a cinco cortes dos ramos mais tenros”, afirma.


Serralha

A serralha tem sabor amargo e é rica em vitamina C, A, B1, B2, potássio e ferro. Foi amplamente utilizada na dieta alimentar da área rural, em saladas, refogados e sopas. A planta produz grande quantidade de sementes que ficam no solo e germinam na época mais fria. Segundo Cistina, a colheita se inicia cerca de 40 dias após a germinação. Devem ser colhidas as folhas mais novas, ainda tenras e menos amargas.


Beldroega e capuchinha

Essas duas plantas podem ser cultivadas em vasos, jardineiras, garrafas PET, bambus ou diretamente em canteiros, mas precisam receber sol pelo menos em uma parte do dia.

Da capuchinha, de acordo com Cristina, consome-se praticamente tudo. As folhas são ricas em ferro e vitamina C e as flores são excelente fonte de substâncias antioxidantes e carotenoides. De sabor picante, que lembra o agrião, podem ser usadas para ornamentar saladas; suas sementes verdes podem ser beneficiadas em salmouras que lembram a alcaparra, podendo ser usadas em peixes.

A beldroega é conhecida por flor onze horas, possuindo muitas espécies com cores variadas, como branca, rosa e dobrada. A comestível, porém, é a que possui flores amarelas pequenas. Floresce o ano inteiro, diminuindo um pouco durante o inverno. Encontra-se nas frestas de calçadas e meios-fios pela cidade. As folhas são suculentas. Quando jovens, podem ser consumidas como saladas ou serem cozidas no vapor. Se tiverem mais velhas, podem ser usadas para engrossar e enriquecer sopas. A beldroega é rica em minerais, como cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio e ferro, além de possuir vitamina C e ômega 3. Pode ser cultivada em todo o País e se propaga por meio de sementes ou pedaços de ramos diretamente em canteiros ou vasos. A colheita deve ser realizada de 60 a 80 dias após o plantio.


Sobre a APTA

A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, tem a missão de coordenar e gerenciar as atividades de ciência e tecnologia voltadas para o agronegócio. Sua estrutura compreende o Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Pesca (IP), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Instituto de Zootecnia (IZ), além dos 11 Polos Regionais distribuídos estrategicamente no Estado de São Paulo. Balanço Social realizado pela Agência no biênio 2016/2017 mostrou que a cada real investido, a APTA retornou R$ 12,20 para a sociedade. As 48 tecnologias analisadas e adotas pelo setor produtivo tiveram R$ 10,9 bilhões de impacto econômico no período. Isso significa mais produtividade no campo, sustentabilidade da produção, renda para o produtor rural e alimentos de qualidade para a população.

Facebook: www.facebook.com/aptasp
Instagram: www.instagram.com/aptasp
Twitter: www.twitter.com/apta_sp

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *