Na ficção científica da primeira metade do século XX previa-se que, no século XXI, a alimentação da humanidade seria através de cápsulas. Um pouco como fizeram os astronautas enviados ao espaço, algumas décadas depois.
Aconteceu de fato, uma evolução neste sentido até o advento da chamada “Nouvelle Cuisine“, um movimento começado na França o início dos anos 1960.
Antes mesmo de entrarmos no século atual e calcados nas práticas ditadas pelas tendências no movimento citado, o que se viu foi um retorno vigoroso e contínuo para uma gastronomia mais perto da natureza, com ingredientes mais saudáveis, simples e sobretudo muito frescos.
Foram nascendo então os movimentos pregando uma alimentação menos artificial e com menor grau de intervenção e processamentos. Grandes chefs passaram a escolher eles mesmos, madrugando nas grandes centrais de distribuição, os ingredientes para compor as suas preparações no mesmo dia.
A chamada cozinha do “terroir” ou seja, que privilegia os produtos locais, corroborada por movimentos como Locavore, que define a distância para a produção dos insumos a apenas 160km do seu local de consumo.
Na esteira desse movimento aconteceram os incentivos para hortas comunitárias ou até mesmo nos telhados de grandes centros urbanos, mundo a fora. A cidade de Paris tem um projeto de chegar em menos de uma década a 300 hectares de telhados cultivados. Hoje já ultrapassam os 100 hectares.
O IFBG, em plena Av. Orosimbo Maia, oferece a oportunidade a seus estudantes de colherem a maioria das ervas aromáticas utilizadas em suas cozinhas nas suas quatro mini hortas.
As pessoas querem saber não apenas o que estão comendo mas também a origem dos produtos que compõem as receitas dos pratos que tem a sua frente.
WENCESLAU AVILA
Gerente de Qualidade no Instituto Franco-Brasileiro de Gastronomia. Instituto de alta gastronomia com padrão internacional em Campinas/SP.
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