A ortorexia nervosa é um transtorno marcado pela obsessão em comer apenas alimentos considerados saudáveis. Quem sofre com esse distúrbio não se importa tanto com o ganho de peso e as calorias de cada alimento, mas sim com a “pureza” e a composição de tudo o que consome e também com o modo de preparo.
A doença ainda não é reconhecida oficialmente como uma desordem psiquiátrica, como acontece com a anorexia ou a bulimia, por exemplo, mas pode, em breve, entrar na lista, pelo tamanho do seu impacto na qualidade de vida.
De acordo com Isabela Lorizola, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), essas pessoas ficam preocupadas na fabricação ou produção dos alimentos e se são usados conservantes artificiais, pesticidas e hormônios, além de ficarem de olho na forma de preparo das refeições. “Seguir a visão de alimentação saudável mais radical e pelo fato de a dieta ser mais restritiva, pode resultar em perda excessiva de peso e, consequentemente, apresentar sinais de desnutrição, como enfraquecimento dos fios de cabelo, problemas de pele ou interrupção da menstruação, anemia ou alterações na frequência cardíaca”, explica.
Mas como identificar os sintomas da ortorexia nervosa? Existe um teste para isso. Ele foi desenvolvido pelo médico norte-americano Steven Bratman. Confira abaixo:
- O tempo que gasto pensando em alimentação saudável todos os dias interfere de um jeito negativo em diversas outras áreas da minha vida;
- Condeno os hábitos alimentares dos outros e me sinto ansioso e culpado ao consumir produtos não saudáveis;
- Minha paz interior, autoestima, segurança, felicidade e prazer estão diretamente ligados ao que eu como;
- Não deixo de lado a dieta, mesmo quando quero ou em ocasiões especiais (ignore este item se o motivo for recomendação médica);
- Excluo cada vez mais alimentos do meu cardápio, sendo que as restrições variam de acordo com as teorias nutricionais que acompanho;
- Minha alimentação fez com que eu ficasse muito abaixo do peso e apresentasse queda de cabelo e outros sinais de desnutrição.
A especialista ressalta que se houver identificação com qualquer afirmação acima, sua relação com a comida demanda cuidados. O tratamento envolve uma equipe geralmente composta por médicos, psicoterapeutas e nutricionistas. “O desafio é demonstrar para o paciente que os comportamentos são disfuncionais, inadequados e fazer com que ele aceite que está entrando em um processo doentio, já que na maioria dos casos eles preferem negar”, diz Isabela.
Lembre-se: devemos sempre manter o equilíbrio quando o assunto é alimentação. Para isso, consumir todos os grupos alimentares (carboidratos, proteínas e gorduras) são importantes para o bom funcionamento do organismo e da mente.
Foto Destaque: Banco de imagens
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