Por: Lucas Atanazio Vetorasso
O interesse por franquias ganhou força com a pandemia. Esse tipo de negócio, se comparado aos modelos convencionais, permite uma expansão mais acelerada, atingindo todo o País em um menor período de tempo.
Um programa que avalia anualmente o nível nacional da atividade empreendedora, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), afirmou que há 53,4 milhões de pessoas no Brasil envolvidas com o empreendedorismo. Por isso, empreender é considerado um dos grandes desejos atuais dos brasileiros. O modelo de negócio de franquia tem sido a saída encontrada pelos brasileiros que estão buscando a recolocação no mercado por meio da abertura de uma empresa. Pois dentre todas as opções de negócios para empreender, as franquias chamam atenção por ser um modelo de negócio seguro e com recorrência já consolidada pela franqueadora. Mas e aí, como franquear o seu negócio? Separei sete dicas para empreendedores que querem expandir sua marca.
Dicas para avaliar antes de franquear o seu negócio
1 – Realmente funciona?
O primeiro passo é esta, pequena, mas tão importante pergunta. O empresário deve se perguntar, com transparência, olhando de fora da caixa: Meu negócio realmente funciona? Franquear um negócio não vai e nem pode ser a salvação da tua vida empresarial. Não pense que passar seu ticket médio de R$ 40 para R$ 40.000 vai salvar sua vida empresarial e significar que seu modelo de negócio funciona. Na verdade, você pode até dar um “voo de galinha”, mas, além de se atrapalhar por não estar pronto, vai atrapalhar a vida de muita gente que vai investir o dinheiro da vida delas no seu negócio. Portanto, antes de se tornar franqueador, o empresário precisa validar o negócio, confirmar se tem expertise, know-how suficiente para andar pelos mares tempestuosos de uma franqueadora.
2 – O negócio é independente?
O segundo passo para transformar seu negócio em franquia é reconhecer se o modelo é vendável, se na mão do outro vai funcionar também. É preciso entender que quando o negócio depende apenas de um cérebro, de uma região ou área específica, ele não é replicável. Afinal, ludicamente falando, franquia é uma receita de bolo que deu certo e é feita a troca apenas do confeiteiro.
3 – É replicável com simplicidade?
A chave para a vitória e terceiro passo é observar se o negócio vai ser replicado com sucesso ou precisará, sempre, de muletas. O que tem e deve ser replicável é o próprio modelo de negócios e não o desenvolvedor. Por exemplo, tem modelo que funciona porque tem uma pessoa que trabalha 80 horas semanais ou tem um diferencial na execução do trabalho que não dá para ser clonado. Junto com a independência do negócio, citada no item anterior, este, se refere à replicação mediante tantas variáveis de regionalização que existem no mercado.
4 – Payback
Investimento tem que ter retorno. Fato. Mas, além de retorno, deve haver retorno condizente com o plano. O que eu quero dizer é que há franquias com modelos insustentáveis. O investidor demora quatro anos para ter retorno do investimento em um contrato de cinco. A conta não fecha. Apenas um ano de lucro. Antes de ir para o mercado de franquias é preciso enxugar custos e aumentar rentabilidade. Se você, investidor, concluir que o seu payback (indicador do tempo de retorno de um investimento e um método de tomada de decisões que considera o tempo para obtenção dos valores e o montante que deverá ser retirado dos caixas) tem, dentro de três cenários, pessimista, conservador e otimista, a viabilidade de expansão, estamos próximos de um bom negócio.
5 – Valor ou preço?
A quinta pergunta a ser feita para entrar no mundo do franchising é se o seu valor é maior que o preço. O que o seu negócio oferece que o dinheiro não pode comprar? Pergunta de lei. O que seu negócio oferece para fidelizar o cliente que o dinheiro dele não pode comprar? É um bom atendimento? O processo está mais redondo que os outros? Sem diferencial competitivo, não entre para o mercado em escala.
6 – Pessoas, sempre pessoas
Todos pensam que ter franqueadora é a coisa mais fácil do mundo. Mas envolve gestão de pessoas e é preciso entender que pessoas são umas diferentes das outras. O Brasil é um país com extensões continentais e, por este motivo, cada empreendedor tem doses de culturas diferentes umas das outras. Se você não gosta de gerir pessoas, sua área não é franquia. Se o investidor não entender de pessoas, não entende de público alvo e, consequentemente, está fora do jogo.
7 – Dinheiro faz dinheiro
Oh, que novidade. Não estou inventando a roda, mas muita gente pensa que tem um unicórnio no bolso. O sétimo ponto é que seu capital tem que acompanhar o crescimento. Crescer com franquias é o que os americanos chamam de “other people’s money” e, verdadeiramente, é. Dificilmente uma marca consegue o crescimento por meios próprios que haverá no ramo de franquias, porém, não imagine que o custo é zero. Custo baixo não é nenhum custo. Você terá investimentos iniciais com um bom projeto de formatação da franquia, depois para massificar sua marca, montar equipe e, posteriormente, entre outros, captar investidores para sua marca. Não adianta ter um negócio excelente e não investir no crescimento dele. A metáfora que explica essa questão é: “Um pedaço de ouro no bolso, é um pedaço de ouro no bolso, ninguém enxerga”.
Espero que tenha ajudado a nortear seu início. Há muito mais para se analisar, mas com esses sete tópicos de dicas para avaliar antes de franquear o seu negócio, você já pode começar. Ah, não se esqueça de que é preciso colocar sangue, suor e lágrimas no seu negócio.
Lucas Atanazio Vetorasso é CEO do Grupo Atnzo – uma das maiores holdings de franquias do Brasil.
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Foto Destaque: Divulgação
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