Tomar um chazinho quente é maravilhoso para a saúde, e não é à toa que a cultura milenar oriental valoriza tanto esta iguaria, como uma forma de fortalecer o corpo. A água quente em si já é maravilhosa; quando associada a uma erva, então, passa a ser medicinal. O chá tem um custo muito acessível, dá para plantar hortelã, alecrim, boldo e camomila em casa e tomar um chazinho da tarde sem gastar quase nada, até com casca de laranja e de limão fica uma delícia. Falando assim nem parece que tem gente pagando mais de R$ 800 mil pelo quilo de um certo chá da China.
Parece uma piada, mas não é. O chá caríssimo, chamado de Niu Lan Keng Rou Gui, é o carro-chefe de um restaurante de luxo em Hong Kong. O nome da planta faz referência ao local onde se desenvolve, o vale Niu Lan Keng, localizado nas montanhas Wuyi, no leste da China. Um local remoto, que fica dentro de um parque nacional de preservação ambiental. A área, de difícil acesso, abriga as ervas mais caras e raras do planeta.
Chás de rochas
O Niu Lan faz parte da espécie de ervas chamada de oolong rochosos, também conhecidas como chás de rocha. O termo se refere ao solo dos vales de Wuyi, que tem muitas pedras. O resultado disso é uma planta com alto grau de mineralidade, características e sabores únicos. A bebida costuma ser doce e energética.
Trabalho cuidadoso
O seu processo de extração e produção são bastante complexos e devem ser realizados por especialistas, pois requerem décadas de prática. A base do chá é feita com a planta Camellia Simenses, que ocorre em diferentes variedades ao longo da Ásia. No território da China, por exemplo, há centenas de variações, enquanto em Wuyi são mais de 30.
O tipo de chá e sua tonalidade vão depender da forma como a Camellia foi processada. Para obter o Niu Lan Keng, é necessário que a colheita seja feita no momento exato em que a maioria dos brotos está para se abrir, quando está com proporções ideais e os níveis certos de polifenóis e vitaminas. O momento perfeito é constatado através da observação diária e contínua dos produtores. Após isso, é iniciada a segunda etapa de produção, que dura em média 36 horas. A porção mínima, de 25 gramas, da erva pronta para ser consumida custa cerca de R$ 23 mil. É de cair o queixo!
Voltando ao dia a dia, o chá traz muitos benefícios, não só pelas ervas, mas pela água quente em si. Ela ajuda na digestão, mantém o metabolismo saudável, auxilia no emagrecimento, previne o envelhecimento, alivia cólicas menstruais e o congestionamento nasal. O chá é uma ótima bebida para depois do almoço ou para relaxar ao final do dia. O custo é muito baixo e a variedade de opções é muito grande. Em muitos casos, só se gasta um pouquinho de gás de cozinha para ferver a água e nada mais; o restante é só bem-estar e saúde.
Foto Destaque: Istock
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