Idealizado pelo músico Leandro Manuí e pela atriz Tatiana Zalla, do Grupo Manuí, o “Festival Mátria Amada” terá sua primeira edição presencial no dia 07 de setembro, em Sorocaba, na Usina Cultural Facens, a partir das 16h.

Nessa edição, o Grupo Manuí tem a honra de promover um encontro inédito e uma homenagem a dois ícones da cultura brasileira: Ailton Krenak, recém-eleito imortal da Academia Brasileira de Letras e a rainha da ciranda Lia de Itamaracá, que completa 80 anos em 2024 e trará para Sorocaba o mesmo show que será realizado no Rock n’Rio.

Seguindo a linha das edições anteriores, o Festival Mátria Amada promove a valorização de produções artísticas que se inspiram em questões ambientais. “Na edição de 2024, o evento vai explorar a decolonialidade e a relação das comunidades indígenas e afro-brasileiras com os biomas do Brasil. O Grupo Manuí convidou as mestras Lia de Itamaracá e Ana Maria Carvalho, que há décadas destacam a conexão de suas culturas com a natureza”, explica Tatiana Zalla.

Abrindo os trabalhos do dia, se apresentarão às 16h os grandes nomes da música instrumental brasileira: Toninho Carrasqueira e Quinteto da Paraíba.

Outro convidado homenageado no evento será o escritor Ailton Krenak, que se apresentará às 16h30. Um dos pensadores contemporâneos brasileiros mais prestigiados em todo mundo por difundir a sabedoria cultural de seu povo de origem e outras cosmovisões indígenas brasileiras.

Já às 17h30 é a vez de Juraildes da Cruz e Leandro Manuí comandarem o palco do festival. Na sequência o show Cirandas do Mundo da pernambucana Lia de Itamaracá e da mestra Maranhense Ana Maria Carvalho. O evento conta ainda com a Intervenção cênica-musical “Folia para os Mestres” com bonecos criados pelo artista Jaime Pinheiro, da cidade de Tatuí, às 20h. O fechamento da noite será da Banda Mátria Amada formada por músicos de Sorocaba e Tatuí e interpretando canções compostas especialmente para o festival, às 21h.

“A identidade visual do evento foi concebida pela artista indígena Sawara Silva. Todas as ações do projeto contemplam a acessibilidade como a tradução em libras ao vivo e nas produções audiovisuais, além de tecnologia de transmissão de conteúdo de audiodescrição”, explicou Leandro Manuí.

Além dos eventos musicais de 7 de setembro em Sorocaba, o festival apresentará ‘Nhanderuvuçu’ do Grupo Manuí em Votorantim no dia 20. Haverá duas apresentações gratuitas no Teatro Municipal: uma para alunos e outra para o público geral.

“O desenvolvimento econômico e a preservação ambiental são questões globais que impactam a arte. O Festival Mátria Amada sempre apoiou a visibilidade de artistas e líderes indígenas e quilombolas engajados em ações ambientais. Neste projeto, todas as atividades abordam o cuidado com o meio ambiente, a preservação dos ecossistemas e a valorização das cosmovisões dos Povos Originários”, finaliza Manuí.

Para 2024 o Festival pretende promover um grande encontro de mestres e mestras da cultura brasileira, pela “Mãe Terra”.

O “Festival Matria Amada” é um projeto apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o Governo Federal, o Ministério da Cultura e a Lei Paulo Gustavo. A entrada para todas as atividades é gratuita e não haverá distribuição de ingressos. É só chegar e aproveitar.

A Usina Cultural Facens fica na Rua Padre Madureira, 671, na margem direita do Rio Sorocaba.

O movimento “Mátria Amada” surgiu da união de artistas e ambientalistas da região de Sorocaba–SP para realizar intervenções artísticas durante o desfile de 7 de setembro de 2019. Durante a pandemia o projeto ganhou o formato de Festival Online promovendo 5 encontros com a participação de artistas importantes no cenário cultural brasileiro como Alceu Valença, Marlui Miranda, Juraildes da Cruz, Ivan Vilela, Magda Pucci, Toninho Carrasqueira, Regina Machado, Tião Carvalho, Levi Ramiro, Alzira E, Ana Maria Carvalho, além de dezenas de grupos culturais e artistas do Brasil e de Portugal; estudantes e lideranças indígenas como Cristine Takua, Carlos Papá, Cristino Wapichana, Kaká Werá, além de quilombolas e ambientalistas.

16h – Abertura do festival – Quinteto da Paraíba e Toninho Carrasqueira
16h30 – Conversa com Ailton Krenak e Tatiana Zalla
17h30 – Leandro Manuí e Juraildes da Cruz – lançamento do álbum Luz Dourada

18h30 – Lia de Itamaracá e banda – Show Cirandas do Mundo
19h30 – Folia para os Mestres
20h – Ana Maria Carvalho e banda
21h – Banda Mátria Amada

Lia é a materialização perfeita da alma do Festival Mátria Amada. Em um evento que exalta a cultura e os cuidados com a Mãe Terra, é uma honra ter uma das “Mães Grandes” da nossa cultura imprimindo notoriedade e visibilidade ao festival. Transcendendo reconhecimentos oficiais ou da imprensa internacional como Patrimônio Vivo de Pernambuco, Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura, doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco, ou Diva da música negra pelo The New York Times; a melhor e mais honrosa titulação é ser aclamada como “Rainha da Ciranda” em todo Brasil e no mundo. Lia atua desde a década de 70 em diversos países e também em produções audiovisuais.

O líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro Ailton Krenak, se tornou uma das maiores referências mundiais a respeito da defesa dos biomas e povos indígenas do Brasil. Através de livros publicados em diversos países e sua permanente atuação desde os anos 80 em debates e entrevistas com ampla veiculação nacional e internacional, o líder indígena tem mantido diálogos constantes com lideranças em todo mundo a respeito das consequências das nossas ações sobre o planeta. Recentemente Ailton entrou para Academia Brasileira de Letras, sendo o primeiro escritor indígena a ocupar a cadeira de “imortal”. O bate-papo será conduzido pela atriz e uma das idealizadoras do festival Tati Zalla que também será a apresentadora do evento.

Leandro Manuí, um dos idealizadores do festival, vai lançar o álbum “Luz Dourada” em parceria com o cantador Juraildes da Cruz durante o Festival. Para esse show o festival contará com a participação do Quinteto da Paraíba, Toninho Carrasqueira, João Paulo Amaral, Barba Marques e Edu Guimarães

Outra convidada muito especial é a mestra Ana Maria Carvalho, herdeira de uma família de mestres da cultura popular maranhense e compositora inspirada, Ana interpretará canções de sua autoria inspiradas em manifestações tradicionais como o Bumba meu Boi.

Dirigido por Tatiana Zalla, o espetáculo narra um mito Guarani da criação do mundo, baseado no livro ‘Menino Trovão’ de Kaká Werá. Melissa Branco cuida do cenário e da luz. A trilha sonora é de Leandro Manuí, e José Sampaio e Ricardo Camargo criam os vídeos cenários, operados por Mauricio Matos Caetano.

Serão duas apresentações gratuitas no Teatro Municipal de Votorantim. A primeira para alunos de escolas públicas e projetos sociais e a segunda para público espontâneo.

A sessão aberta ao público acontecerá às 20 horas e a retirada de ingressos ocorrerá uma hora antes do espetáculo.